Há presenças que não chegam apenas pelo olhar,
mas pela vibração invisível que atravessa o ar.
Como se o corpo inteiro fosse ouvido,
como se a pele aprendesse a escutar antes mesmo de tocar.
A tua presença é assim.
Não ocupa espaço, molda-o.
Não pede licença,
instala-se nas frestas da atenção,
na respiração que desacelera
para não perder a cadência do instante.
Há nela um peso leve,
feito da matéria dos lugares
que ninguém visita sem regressar diferente.
Carregas um vazio que não é ausência,
mas território denso
— feito de becos sem saída,
madrugadas que ardem devagar
e sombras que brilham demais.
Não se trata de falta;
é excesso de tudo o que não se nomeia.
Uma corrente subterrânea
onde a palavra ainda não ousou mergulhar.
Sinto que há em ti
um rumor de um grito,
mas que você prefere o silêncio,
não por covardia,
mas pela lucidez
de quem sabe que certos sons
Pode partir o mundo em dois.
Essa lucidez é ferida,
mas também é farol.
É nela que se reconhece
E foi luz que já atravessou tempestades
e não perdeu de todo o sentido da costa.
Não tenho promessas.
Trago apenas a disposição inteira
de permanecer junto ao teu território,
sem redesenhar suas fronteiras, sem exigir clareiras.
Eu Trago apenas o tempo necessário
para que o chão se lembre
do que é sustentar pés cansados.
E, se alguma claridade (oportunidade) vier,
que nos encontre assim
— não como vencedores da noite,
mas como cúmplices
que aprenderam a existir dentro dela sem perder o sopro.
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