Permaneço entre aquilo que me excita e aquilo que me da prazer... Desconheço o que me completa

terça-feira, 6 de março de 2012

Deixem-me gritar ao vento...

Deixem-me derrubar muros...gritar ao vento a minha vontade
Ser homem e ser amante...vestido de sonhos...ser luar de desejo
Deixem-me escrever um poema sem regras...amar sem idade
Adormecer nos meus lábios o teu corpo...inventar a eternidade

Deixem-me soltar este desejo que me prende...
Hoje quero gritar...extravasar o fogo que meu corpo consome
Deixem-me soltar ao vento este anseio...esta sede...esta fome
Ser menino moleque sem amarras...saciar o desejo que em mim ecoa

Deixem-me dizer que quero...que desejo...que sou urgência
Que quero o beijo que me queima...o corpo que me chama
Deixem-me gritar bem alto...soltar os diques desta demência
Despir-me desta pele...envolver-te nesta boca que reclama

Deixem-me soltar os sonhos que calei os desejos que amordacei
O amor que não fiz...os beijos que não dei...os braços sem mim
Deixem-me ser o perdido...nas vielas escuras onde me inventei
Na noite onde me enclausurei...me chorei...na mágoa que bebi

Deixem-me ser desejo e loucura...confundir o dia com a noite
Dizer que estou aqui sem hora marcada...ser homen sem tempo
Deixem-me ...inventar-me e perder-me...caminhar sem norte
Ser anjo e demónio...morrer e renascer...no meu corpo sedento

Deixem-me desprender das minhas mãos os sonhos no céu voar
Escrever desejos no teu corpo...despir-me dos meus cansaços
Deixem-me falar da solidão onde anoiteço...do amor por amar
Dos meus medos...dos segredos...da ternura dos meus braços