Permaneço entre aquilo que me excita e aquilo que me da prazer... Desconheço o que me completa

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

AFINIDADE

Bom hoje estou mais para filosofar que poetizar,
Mas gostaria de escrever sobre
essa palavrinha
AFINIDADE

Poucas letras que representam muito e muito em nossas vidas.
Acompanhe só essa gostosa leitura e reflexão...
A afinidade não é o mais brilhante,
mas o mais sutil, delicado e penetrante
De todos os sentimentos.
É o mais independente.
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade,
qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto
no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida.
É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo para o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.
Mas quando existe não precisa de códigos
verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece depois
que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim,
sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.
Afinidade é ficar longe
pensando parecido a respeito dos mesmos fatos
que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro
com aceitação anterior ao entendimento.
Afinidade é sentir com.
Nem sentir contra, nem sentir para,
nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado,
não para eles próprios.
Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar,
ou, quando é falar, jamais explicar:
Apenas afirmar.
Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por,
confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade,
Questiona por não aceitar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio,
tanto nas possibilidades exercidas
quanto das impossibilidade vividas.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou
sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser,
cada vez mais a expressão do outro
sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.

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