Incontido

Sim, mãos passam
pelos nossos corpos
e, docemente,  provocam
tanto... tanto... desejo e  tesão...

E cada coração se acelera
ao toque de nossos mãos,
suaves e quentes,
que acariciam, um ao outro...

Despertando, em nós, fantasias
ainda não realizadas...

E não mais contidas...

Sim, a nossa é uma paixão,
louca, ardente e insana,
que não nasceu para ter limites...

Pois não existem barreiras
para a verdadeira paixão!

Assim, quando exploramos os nossos corpos
é como se antecipassémos o prazer que virá...

Nossa felicidade, mútua...

Sim, nos sentimos, fora deste mundo...

Como se loucos estivessémos...

Dominados por um fogo, 
que nos queima,
numa ardente paixão...
 

De muito carinho e prazer...

Com as  nossas línguas e bocas
não mais podendo ser contidas...

Enroscando-se na busca 
 de se tornarem, somente, uma...

Sim, os nosso corpos,
montados, um no outro,
chegam ao êxtase, juntos,
num jato úmido e contínuo de prazer...

É coxa com perna com perna,
boca com boca, carinho com carinho...

São corpos que não mais separam...

Pois um do outro já faz parte...

E em uma cama com lençóis
de seda e de cetim
como se, também, de veludo fossem,
sentimos o nosso corpo a procura,
eu de você, você de mim...

Mais e mais, outra vez...

E a chama que nos desperta,
uma vez mais, se repete
em busca de outro frenesi orgásmico
em nossos corpos...

Como um homem e uma mulher,
num único sonho...

Sim, novamente,
se ouvem gemidos de prazer
e uma dança mágica, de idas e voltas...

Em, posições onde não importa
onde se está...

E neste dançar de corpos e de almas
 que se unem,
a luz da penumbra mágica,
da lua e das estrelas,
que penetra pela janela,
ela nos lembra,
que devemos, mais uma vez,
 tudo recomeçar...

Por isso, nos quedamos a olhar,
um para o outro...

Prontos para, novamente, nos amar...

Pois ambos sabemos e sentimos
que uma paixão não se explica...

Nem tão pouco o nosso amar...